quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Fernando Narcizo Leal

ETE José Feijó
A Minha Experiência de Violência na Cidade

Violência,eu já sofri, na verdade, são poucos os que já não sofreram. Foi há pouco tempo, no ano de 2009, numa tarde de terça-feira, do mês de julho, em um dia em que eu estava indo para o curso de informática que estava fazendo. Nesse dia, eu estava com muita preguiça de pegar o caminho mais seguro, que, também, era mais longo, então, de preguiçoso, fui pelo caminho mais curto. Esse trajeto passava pela frente da escola de ensino fundamental, que eu estudava, era chamada de Lauffer,eu andava bem tranquilo pela deserta rua, cujo nome eu não sei, sendo que passava por ela desde de criança, só tava preocupado se ia chover ou não, até que, bem na frente do Lauffer, eu passei por três adolescentes mal encarados. Logo um deles levantou e eu comecei a desconfiar do porquê que vinha em minha direção,então ele me surpreendeu com um revólver, que achei que era de brinquedo, mas não queria provocar um teste, então, não fiz nada sobre isso. O cara, que apontou a arma, me forçou a sentar no meio deles na calçada, porém tive muita sorte de que tinha ido ao banheiro antes de sair de casa, porque não vou negar que estava com medo e que de susto não ia segurar minha bexiga. Também, fui sortudo por eles serem calmos, porque se eu os irritasse de alguma maneira, não teria a menor chance de sair ileso, já que sou muito extremamente, fraco e magro.
Sentado, com eles, na calçada, eles começaram a me revistar, para achar alguma coisa de valor, e enquanto procuravam, eu olhei um pouco pra eles: deviam ter em torno de 14 anos,que era minha idade na época, todos eram maiores do que eu nos sentidos de altura, peso e força, eram dois brancos e um negro. O que me abordou era loiro, tinha cara de burro e usava um casaco vermelho. O que estava sentado na minha esquerda usava verde e um tipo de manta, não consigo ver nada dele além dos olhos escuros. O da direita era o negro, estava de azul, usava o cabelo estilo microfone e não parava de se repetir. Também, percebi que todos estavam tremendo, imaginei que estavam sobre o efeito de drogas. Depois que eu fiz essa análise, eles começaram a me perguntar onde estava minha carteira e meu celular ou coisa do gênero. Não sei se por intervenção divina ou memória ruim mesmo, eu esqueci tudo de valor em casa, só estava com uma pasta azul ridícula, com livros do Microsoft Word e PowerPoint. Eu imaginei que eles iriam me espancar, por não ter nada pra eles, mas foram bem simpáticos e me mandaram voltar pelo caminho que vim. Eu, lentamente, levantei e fui voltando pela rua, que vim,passo a passo, pensando que não seria legal eles me executarem pelas costas. Depois que eu saí da frente do Lauffer e cheguei à esquina,olhei pra trás e não vi mais ninguém,provavelmente, eles foram correndo para o lado oposto. Fiquei um tempo parado me recuperando da experiência,então, pensei melhor e vi que foi só uma tentativa de assalto, já que não me levaram nada e que era melhor eu fazer a volta e ir ao curso, e foi o que eu fiz. Não deixei que isso me abalasse,cheguei ao lugar do curso e ri muito disso com meu colega de curso,porém fiquei mais ou menos um ano, sem passar naquela rua sozinho.
Essa estranha experiência fez eu pensar no que levou um grupo de adolescentes a praticar roubo, com armas de fogo,se, realmente, estavam sob efeito de drogas,provavelmente, queriam o dinheiro, para comprar mais,entretanto eu posso estar errado e eles nem estavam chapados,daí eu não tenho certeza de por que estariam roubando,talvez desespero ou necessidade. Porém há alguns fatos que me indignam nessa história, como eu ter sido abordado na frente de uma escola e ninguém ter visto e, por aquela rua, não ter nenhum tipo de segurança, que foi prometida pelo governo durante a construção dela. É nesses momentos que vemos o que faz a falta de uma boa estrutura educacional, de saúde,de cultura e outros nas grandes cidades para comunidades mais carentes,mas o que mais revolta é o fato de ter um bando de gente que trabalha no governo e um bando de secretarias e nenhum desses fazem uma coisa, para tentar melhorar a cidade. Não vou generalizar, mas são poucos os que ajudam quem necessita, e todos nós temos que concordar. Esses momentos, também, me fizeram pensar em quantas vidas já acabaram, por causa de roubos e assaltos, em quantas famílias já foram destruídas, por causa de roubos e assaltos,em quanto sangue já foi derramado por um pouco de dinheiro, para comprarem drogas e, também, em quanta sorte eu tive de ter sido assaltado por um grupo que não era tão violento a ponto de me matar por não ter nada pra eles.O único problema é que nem todos têm sorte e nem eu vou ter sorte todas as vezes que coisas como essa acontecerem de novo.

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